Digo que escrevo aqui só quando dói. Pois é, não esta doendo nada, muito pelo contrário. As possibilidades de confortar são grandes. Tão grandes quanto as possibilidade de doer. Prefiro então, não pensar, não sentir, não escrever. E ficar, deliciosamente, flutuando em um universo de possibilidades infinitas...

Pois é. Pra você vê.

essa estava enterrada, mas o momento é propício...

- Olá. Posso me sentar? Como está?

- Mal

- Denovo?

- Pra você vê.

- É mulher...

- Pois é.

- Pior que a Marcela?

- Pior.

- Mas ela era demais! Linda, corpinho escultural, toda delicadinha. Arquiteta bem sucedida, carreira decolando. Carinhosa, gostava de você... um futuro juntos.

- Pois é. Pra você vê. O plano perfeito, mas eu não queria aquele futuro...

- Pior que a Andreza?

- Pior.

- Ah, não! Ela era incrível! Mulher poderosa, diretora de não sei o que, gostosa, linda! Te idolatrava.

- Pois é. Pra você vê. Mas, depois de algum tempo juntos, o sino não tocou...

- É pela professorinha?

- Pior que é.

- Mentira! Não acredito. Avisei que estava fadado a dar errado, a mulher só te maltratava, era doida, confusa.

- Pios é.

- Não acredito que você esta assim por causa da gorda da professorinha?

- Pra você vê.

- Isso é só porque ela não te quer.

- Pois é. Pra você vê.

Obrigado

Obrigado por me mostrar como é estar na pele das minhas vitimas.

Obrigado por confirmar o que eu já desconfiava: quando chegasse a minha vez ninguém teria piedade.

Obrigado por me mostrar que, como suspeitava, somos humanos e nos permitimos tentar, arriscar e seguir em frente, não importando quais as conseqüências para o outro.

Pois buscamos a nossa felicidade, e ela nem sempre concorda com a felicidade do outro.

Obrigado por me ensinar que sou bem mais vil do que imaginava, e isso não é culpa sua, mas você foi um canal para que essas atitudes surgissem novamente.

Obrigado por me ensinar que os defeitos são latentes, e só depende de mim permitir que eles aflorem.

Agradeço por ter mostrado o que eu tenho de pior e o que eu tenho de melhor.

Pois pude perceber que o que existe de bom em mim é muito maior do que existe de mal.

E que a minha bondade é incondicional, enquanto que a minha maldade tem endereço certo.

Agradeço também por ter me mostrado que nada do que fiz no passado, com outras pessoas, é condenável.

Porque hoje podemos machucar e amanha sermos machucados.

E ferir ou não o outro é uma condição humana na busca da felicidade e da realização, e não um defeito de caráter, pois nem sempre acertamos nas nossas buscas.

Obrigado por me mostrar a magia de ser humano, com todas as nuances de altivez e baixeza que isso pode ter.

felizes são os ignorantes

Estive no café filosofico da CPFL nesta quarta, dia 11. Tema Etica: Socrates e Kant. Como já disse aqui: tudo o que produzimos de conhecimento humano é uma nova maneira de dizer o que já sabemos. E descobri que a minha moral, a minha é tica tem dois nomes: A Etica Relativista e a Etica Utilitarista. Resumidamente, a Etica Relativista diz que os fins não justificam os meios, ou é, ou não é. E a Etica Utilitarista diz o oposto. Eu acredito nas duas. E acho que o que separa o joio do trigo é a moral. O que vai contra meus principios morais, não se relativisa. Preciso refletir mais sobre ter duas Eticas.... Mas o mais interessante é que em determinado momento o palestrante manda essa: "Os ignorantes é que são felizes. Quem pensa é triste" Nossa, morderam a isca na hora. Gente protestou "Eu penso e sou feliz!!" HAHAHAH É impressionante como falar para alguem que ela não pensa, ou não é feliz, ofenda tanto. As pessoas realmente ficam putas. Parece que é inadmissivel ser infeliz. O palestrante ainda explicou: "Quem pensa fica relativizando sobre a alegria, o pq é triste, o que o faz ser alegre, e pq fica triste e etc. O feliz simplesmente o é." Abandonei esse blog por uns dias. Fui muito feliz neste período...

Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.

Clarice Lispector

ando só pois só eu sei pra onde ir por onde andei ando só nem sei por que não me pergunte o que eu não sei

pergunte ao pó desça o porão siga aquele carro ou as pegadas que eu deixei pergunte ao pó por onde andei há um mapa dos meus passos nos pedaços que eu deixei

desate o nó que te prendeu a uma pessoa que nunca te mereceu desate o nó que nos uniu num desatino um desafio

ando só como um pássaro voando ando só como se voasse em bando ando só pois só eu sei andar sem saber até quando ando só

humberto gessinger

O ciúme dói nos cotovelos, na raiz dos cabelos, gela a sola dos pés.

Faz os músculos ficarem moles, e o estômago vão e sem fome. Dói da flor da pele ao pó do osso. Rói do cóccix até o pescoço Acende uma luz branca em seu umbigo, Você ama o inimigo e se torna inimigo do amor. O ciúme dói do leito à margem, dói pra fora na paisagem, arde ao sol do fim do dia.

Corre pelas veias na ramagem, atravessa a voz e a melodia.

caetano veloso

Permissão

Eu acredito da permissão do amor. Acredito que nós nos permitimos amar, que permitimos alguém entrar em nossas vidas, por terem características tais que mereçam receber o que chamamos de amor. Independente de quem seja. É claro que isso não é consciente, muito menos racional. E quando a dor do rompimento e da rejeição gera raiva, rancor, ciumes, desejo de posse, e invariavelmente obsessão, isso é qualquer coisa, menos amor. É claro que isso é só racionalização. Mas eu não conheço maneira melhor de um sentimento aumentar do que sentindo. E maneira melhor de um sentimento acabar do que pensando.

ressaca pós-multidão

Eu sofro do que chamo de ressaca pós-multidão.

Acho que o sentimento de inadequação é tão grande que, quanto mais gente, maiores os parâmetros de comparação para se sentir deslocado. Mesmo entre amigos, mesmo entre conhecidos. Há um momento da noite que irei brincar de ilha. E no dia seguinte sempre bate a tal ressaca.

Especialmente se estou encarando uma multidão esperando atenção de uma pessoa.

Ai se não respirar fundo e contar ate dez, é pânico na certa. Sempre fico comparando, que os outros se divertem mais, que tem mais atenção, que os assuntos são melhores, que dançam mais e melhor (isso é verdade), que tem mais atenção das mulheres (isso com certeza é verdade). Pra variar presto mais atenção nos outros do que em mim, e óbio, não posso aproveitar a festa pq não estou lá. Mas também quando estou concentrado no meu momento, uma hora acho que estou perdendo todos aqueles momentos que não estou participando.

Pra mim, cinco pessoas já é multidão.

Pq acima desse numero fica bem mais dificil ter atenção de todo mundo ao mesmo tempo.

E sempre que me sinto deslocado e inadequado tenho uma vontade louca de ler, aprender, escrever alguma coisa. Como se em alguma teoria morasse as respostas para o que estou sentindo naquele momento. Quantas vezes não parei numa banca, altas da madrugada, para comprar um revista bem “cabeçuda” e teórica. O mais engraçado é que sempre funciona.

Acho que já esta na hora de perceber que o que preenche o meu vazio não é corpo, é mente.

Puta merda, nessas horas meu cérebro coça. Da uma vontade danada de encarar uma teoria daquelas que não se entende direito de primeira, nem de segunda. O que no meu caso não precisa ser muito complicada, o que facilita bastante encontrar uma.

O lado bom de brincar de ilha no meio da multidão é que as vezs eu tenho umas sacadas genias. A melhor delas em geral é resolver ir embora.

Mas outras coisas vem a mente, e as vezes são úteis.

Descobri numa dessas que tenho um buraco quadrado dentro de mim, que sempre tento preencher com pessoas redondas, ou de qualquer outra forma. Resultado, sempre fica um canto, uma beirada vazia. As vezes forço um pouquinho pra ver se cabe melhor. Mais ao cobrir um canto, outro se descobre.

Hoje eu tenho uma obsessão redonda para o meu buraco quadrado.

Há obsessões que são movidas pela vontade de preencher. E há as obsessões movidas pelo desejo de expandir. O problema é que eu dificilmente sei qual é qual. E em geral é brincando de ilha que eu descubro.

Esta noite eu brinquei um pouco de ilha, lambendo uma ferida quadrada, causada por uma pessoa redonda, e conclui satisfeito: Não há desejo que sobreviva ao Créu.

Ta bom, não foi?

Este post poderia estar no blog Pensamentos Clandestinos Mas um amigo em comum, me disse: "Quando vc goza, ou pensa em alguem que comeu, ou que esta comendo, ou que quer comer. Não tem jeito." E não é que é verdade...

Em Dó menor

Quando sofro de amor, sofro escutando Chico Buarque. Porque, segundo a Todynho, é melhor sofrer em Dó menor do que sofrem em silencio. Quando olhaste bem nos olhos meus E o teu olhar era de adeus Juro que não acreditei, eu te estranhei Me debrucei sobre teu corpo e duvidei E me arrastei e te arranhei E me agarrei nos teus cabelos Nos teu peito, teu pijama Nos teus pés ao pé da cama Sem carinho, sem coberta No tapete atrás da porta Reclamei baixinho Dei pra maldizer o nosso lar Pra sujar teu nome, te humilhar E me vingar a qualquer preço Te adorando pelo avesso Pra mostrar que ainda sou teu Composição: Francis Hime/Chico Buarque

Ontem um amigo me disse que eu teorizo muito as coisas, e isso me atrapalha. Não sei se concordo totalmente com ele. Preciso de uma teoria mais elaborada sonre isso...

Quando o cérebro se faz necessário, músculos não dão conta. Quando o coração se faz necessário, o cérebro não dá conta. Quando a alma se faz nesserária, o coração não dá conta...

Palestra A Alma Imoral

A tempo, atualizo aqui a palestra que vi com o autor do livro A Alma Imoral, Nilton Bonder, dentro do programa da CPFL Cultura, o Café Filosófico. Apesar da mediação bem mediana, do foco da palestra cair rapidamente para a peça (brilhante a peça de teatro inspirada no livro, mas não era o tema), pude pinçar pequenas pérolas: - A monogania é uma forma de acomodar as tensões da sociedade em busca da procriação. Caso contrario, apenas os homens e mulheres mais lindos e ricos teriam chances. - O corpo, ao contrário do que o senso comum normalmente prega, é o representante da tradição, das raízes. - O unico modelo de revolução das relações pessoais proximo ao da internet é o dinheiro. - O que distingue o homem dos outros animais, não é a capacidade de competição, mas sim a capacidade de criar vínculos. - As nossas identidades não podem ser um aprisionamento. - Não preciso me legitimar através da ilegitimidade do outro. - Existem fidelidades tão imorais e traidoras quanto a própria traição.

Alegrias Emprestadas

Estive em dois casamentos seguidos. Um por dia. Não fui em muitos casamentos na vida, mas dos poucos que fui percebi que, independente do credo ou classe social, todos são iguais. A cerimônia muda, o sacerdote muda e a qualidade do Buffet e do uísque também mudam. Mas no geral, a dinâmica da coisa é a mesma.

Pais, parentes e amigos, que os noivos acreditam estarem feliz por eles, confraternizam uma alegria que não é deles. Refleti seriamente sobre quem, apesar de feliz pela felicidade dos noivos, realmente se importaria de estar ali ou não. Conclui que fora quem estava no altar e na primeira fileira, quase ninguém.

No primeiro casamento que fui realmente estava contente por estar lá e ver a alegria de uma amiga por estar casando a moda antiga (véu, grinalda e igreja). Então me detive a observar o desenrolar da festa. Todas as mulheres montadas como arvore de natal e o os homens no terninho do uniforme. Entendi depois de um tempo que casamento é como carnaval, vc passa um tempão esperando o dia, escolhendo a fantasia, vestindo a fantasia e no dia tão esperado ela não dura nem 15 minutos montada.

No segundo casamento estava ali totalmente penetra. Convidado de uma convidada. Casamento para certos convivas é uma situação tão constrangedora, que precisam de alguém para lhes segurar a mão. Como não tinha que observar nenhum conhecido ficando bêbado, para depois cair na risada, me detive observando a dinâmica social da coisa. Convidados, de todos os lados (do noivo e da noiva) cada um no seu lado e ao seu modo dançando e bebericando. Alguns nitidamente (como eu) só para dizer que participou da festa, afinal já estava lá, ai sair com cara de que nem se divertiu?

Foi ai que comecei a perceber o quanto se pega emprestado as alegrias dos outros. Muitos com certeza estavam ali como eu, se estivessem em casa vendo TV dava na mesma. Alguns sorrisos amarelos aqui, outros ali, e alguns comentários escutados de penetra, comecei a perceber o tamanho do mico que uma festa de casamento pode se tornar. Já tinha ouvido falar que agente não faz festa de casamento para nós mesmos, mas para os outros, principalmente pai, mãe, tias e parentes serpentes.

Agora eu me pergunto: Porque eu convidaria para uma mesma festa, pessoas completamente diferentes e opostas, quando não conflitantes, que eu passei todo o tempo até ali me esforçando para que elas não se encontrassem?

Faz um tempo fui em um casamento na família. E como só tem maluco mesmo, o que mais me diverti foi rindo da operação logística formada para que tias, ex-esposas, parentes em geral que estavam brigados não fossem parar na mesma mesa.

Acho que festa de casamento é aquele tipo de coisa que parece besta e sem sentido, mas que se você não faz perde metade da diversão.

O saldo da primeira noite foi OK. Risadas, papo descontraído com o pessoal do trabalho, ver a alegria de uma amiga querida. Apesar de no fim da noite ser agredido gratuitamente, por um único erro de amar a pessoa errada e talvez não ser capaz de entende-la. Mas isso é outra história.

O saldo da segunda noite foi bem mais legal. Como não conhecia ninguém, minhas observações puderam ser bem mais acidas. Mas o principal foi que esse convite me ajudou a sair de baixo das cobertas, perceber que existem pessoas que me querem e me gostam, e que posso ter uma noite maravilhosa que termina numa manhã.

Pondo pra fora

Há tempos não escrevo por aqui. Talvez porque não tenha acontecido nada tão importante, ou pq nada tenha doído o suficiente, talvez pq não fiz nenhuma reflexão digna de nota. Mas o mais provável é que estava letárgico mesmo.

Acho q tomei meu primeiro pé na bunda...rsrsrs

E isso é uma coisa boa.

Sou a favor da terapia de choque.

E sempre achei que, estando deste lado da moeda, eu aprenderia muita coisa. E realmente aprendi.

Para ela foi o post abaixo (O Assombro), quando me encontrei assombrado com a minha decisão. Ia me entregar, amar e aceitar isso e foda-se o mundo. E foi o que fiz.

Kamikazee total eu sei, mas não me perguntem pq resolvi fazer isso logo agora e nessa situação, eu não sei. Talvez isso tivesse latente para acontecer, tivesse chegado ao limite e a oportunidade apareceu.

Nunca havia sido rejeitado (palavra feia, mas na falta de um sinônimo melhor...) após ficar com uma mulher. Sempre fui eu quem terminou. E desta vez curti esse sentimento da rejeição. Talvez seja mais o sentimento de “desapontamento”. Afinal resolvi investir sentimentos e me desarmar, e gostaria de curtir isso mais um pouco. Acho q é isso, é a sensação de que tinha que acontecer mais coisas, que me frustrou mais.

Sempre tive certeza que após ficar com alguém era inevitável, ela iria se apaixonar. E perceber que sou falível me fez ver uma série de coisas.

O mais importante disso tudo, tempos depois, após alguma reflexão e após o pé, aprendi uma coisa: Não é a pessoa que importa, e sim o cargo que ela ocupa.

Uma coisa eu já sabia, produzo mais, sou mais centrado e mais sereno quando namoro. E sempre acreditei que fosse, afinal, simplesmente o suprimento de uma carência afetiva que me equilibrava.

Descobri, assombrado, que a coisa é mais em baixo. É como se não fizesse as coisas por mim, mas por alguém. Trabalhar, estudar e me equilibrar para ser melhor para alguém, antes do que pra mim.

E esse alguém realmente não interessa, essa foi a minha maior descoberta.

De posse dessa informação nova, terei que rever alguns contratos “internos”.

Rever conceitos e motivações.

Nunca pensei que a falência me levaria tão pra cima.

O Assombro

Quando surpreendo os outros, uso os truques que já prendi. Ultimamente ando surpreendendo a mim mesmo e me descobri um mago diante de quem eu julgava ser.

Traindo o que a lógica e todo o racionalismo me dizia (para não trair a minha alma), descobri assombrado toda a força da conquista de mim mesmo.

Enquanto caía nas seduções do correto, do lógico, do “moral”, e assim do previsível, não entendia toda a perspectiva que a minha alma criava, todo a grandeza que é romper padrões, pecar e ser livre, elevar o espírito.

As surpresas do incerto, do relativo, das misturas, dos erros, das espontaneidades ou dos pecados, fortalecem a minha alma e me oferecem o nutriente mais importante: a evolução.

Quando não estou satisfeito em relação a algo, com certeza não estou sendo mais honesto em relação as minhas intenções sobre isto. O estado de conforto em que me encontrava já tinha de tornado letargia e isto estava me gerando muita insatisfação.

Estava há muito tempo confortável com o correto, mas havia me esquecido do bom. Estava em dia com as minhas obediências, mas havia abandonado as transgressões que tanto promovem mudanças e evoluções.

Minha vida é pautada constantemente por alternância do estado letárgico e desperto. E cada vez que faço o esperado reforço o meu padrão automático de torpor. E com isso vou gradativamente me perdendo de mim mesmo.

Só há saída no assombro, na surpresa. É me horrorizando com o meu estado letárgico que percebo o quanto estrito era o lugar em que eu estava.

Transgredir é um processo, e o momento em que me volto para uma nova direção marca um novo segmento na minha vida. É neste momento que algo também dentro de mim não quer a mudança, é o conforto da letargia. O momento que precede a mudança sempre gera confusão, desorientação.

O maior pecado que eu poderia cometer contra mim mesmo seria não dar este primeiro passo rumo á mudança, não usar todo o potencial da minha vida. Minha alma encontra novos objetivos para minha vida e assim me fortalece. É através destas mudanças que encontro um novo bom. Quem tem coragem de bancá-las não conhece a depressão.

A rebeldia que minha busca instala na minha alma faz dela um instrumento para o rompimento de normas, convenções e padrões. É a tradição que a letargia traz em si que faz um campo fértil para a transgressão. A tradição é o compromisso com o passado e com o que é esperado de mim em meio a todas as demandas do futuro.

Há uma disputa permanente entre o bom da tradição e o bom potencial da mudança. O bom que a mudança pode me oferecer só conhecerei transgredindo, mudando.

Mas também posso ficar seguro e na dúvida. Resta uma escolha.

A mudança estende o meu visto de permanência na vida, porque a própria vida é a possibilidade de definir novas mudanças para si mesmo.

pensamento solto

Um dia criamos um blog, avidos para compartilhar com o mundo tudo o que passa nas nossas cabeças, angustias, alegrias, pensamentos. Um lugarzinho onde podemos dizer coisas que não teriamos outra oportunidade, para nos escutarem e principalmente entenderem. (certas viagens só lendo com calma e varias vezes...rsrs) Convidamos amigos, parentes e desconhecidos para prestigiar e comentar. Ai um belo dia acordo, olho para a tela em branco e penso: "Putaquepariu, tanta coisa que eu gostaria de escrever mas não queria que ninguem lesse...

As descobertas das nossas rodas

Faz algum tempo venho refletindo sobre algumas descobertas recentes que fiz. Descobertas intelectuais e emocionais. A cada descoberta tenho uma incomoda sensação de que eu já sabia. Como aquele sentimento que temos ao corrigir uma prova e ao vermos os erros que cometemos pensamos: “mas eu sabia...”. Uma sensação estranha de que nunca descubro nada novo, apenas revelo algo já conhecido meu e de muitos. Quer me ver puto dentro das calças é contar todo feliz uma sacada genial que tive para alguém, e esse emendar a frase com: “nosso, já pensei nisso, e ainda acho...” e completar minha brilhante descoberta. Pensando nisso fiz um pequeno levantamento de sacadas, insights e pensamentos geniais que tive e escutei nos últimos anos. E descobri estarrecido (não muito, pois no fundo eu já sabia...rs) que todos os avanços do pensamento humano sobre si e sua sociedade, nada mais são do que falar de uma nova maneira do que já é conhecido! Chocante não? É, mas parece que essa sutil diferença, de falar de uma nova maneira do que já conhecemos, é que faz a evolução do conhecimento humano sobre si. Fiz um curso de historia da religião há algum tempo e todo momento cruzávamos trechos dos distintos livros de cada religião (bíblia cristã, vedas hindu, al corão islâmico, etc) e encontrávamos, se não trechos idênticos, idéias complementares. Entre os livros de auto-ajuda, filosofia e outros pensamentos, também encontro a mesma idéia repetida de formas diferentes. Isso me deu um alivio danado. Afinal, não estava errado em me instruir e tirar algumas conclusões, por mais que elas já tivesse sido ditas por outro alguém. Cada vez que tomo um pensamento alheio como meu, o incluo em meu repertório e o devolvo com uma virgula a mais, estou contribuindo para a evolução do pensamento humano sobre si mesmo. Digo isso com alivio, certo de que alguém antes e depois de mim dirá o mesmo.

Só por hoje não

Dias destes, me deparei com a sigla PHN. Curioso, fui descobrir que é um movimento católico para jovens “Por Hoje Não vou Pecar”. Minha pesquisa foi superficial e não vou entrar no mérito da questão se isso é bom ou ruim. Mesmo porque esbarrei com outro só por hoje nesta pesquisa, o do AA, “Só por hoje não irei beber”. E isso me fez refletir sobre as “leis” divinas e humanas, principalmente as que dizem respeito as condutas, e de que maneira elas são aplicadas, praticadas e respeitadas ou não. A lei de Deus e dos homens esta cheia de “nãos”. “Não matarás”, Não furtarás”, “Não pise na grama”, “Não beber”, “Não pecar”, etc. O comando pela proibição é comum aos ditadores e aos falsos lideres. Ao criar a proibição, cria-se um estado de medo e junto um estado de insatisfação. Já disse aqui que, se estou insatisfeito com algo, não estou mais sendo honesto em relação a isso. Das leis divinas uma das que se utilizam do positivo para comandar é o “crescei e multiplicai-vos”. Essa, no meu entender, a única das leis que é indiscriminadamente cumprida, sem senãos e burlas. Comandar com leis “positivas” é a certeza do seu cumprimento. Não há relação de tensão e sim de estimulo. Quando se comanda pelo negativo, se esta praticamente pedindo pela transgressão. Podemos retornar aos primórdios de Adão e Eva. Tudo no paraíso era possível, MENOS comer do fruto proibido. O tal fruto era do conhecimento, mas antes mesmo do homem se reconhecer como tal ele já conhecia um lado seu capaz de agir e reagir. Ao comer o fruto o homem estaria participando da criação com o criador. Transgredindo e transformando. Ao admitir ao homem que ele é capaz de fazer algo que não pode, Deus chama o homem para criar junto com ele. E qual é o nome deste componente do homem que o chama a transgredir sem ter o poder do “conhecimento”? A alma! É a alma que insatisfeita faz as modificações acontecerem. É a alma o componente que dá a consciência ao homem de que é possível evoluir. Se não doer na alma, não nos impelimos a agir. Essa introdução serve para entender o brilhantismo de programas de modo de vida, como o “Por Hoje Não vou Pecar” e o “Só por Hoje Não vou Beber”. Seria demasiado simples compor estas afirmações de conduta com expressões do tipo “Por hoje Farei a Lei de Deus”, ou “Só por Hoje ficarei Sóbrio”. Mas este tipo de comando “positivo” traria uma zona de conforto muito perigosa á conduta. Ao se sentir insatisfeita a alma transgrediria justamente no contrario, pecando e bebendo. Ao criar a proibição, chama-se a transgredi-la. Dá-se a opção de um direto oposto, o “sim pecar” e o “sim beber”. E é nessa perspectiva de que, “eu posso, mas não quero” é que a alma se fortalece. É a tensão do correto em detrimento do bom, que faz a alma se sentir viva e ativa. O desafio mora justamente ai, mudar sem transgredir, um salto na evolução. A simples possibilidade da transgressão faz com que a alma busque a evolução acima do proibido.

Satisfaction

Quando não estou satisfeito com algo, com certeza não estou sendo mais honesto em relação as minhas intenções sobre isso. Quando a hipocrisia vai ganhando espaço e a conduta é feita de dissimulações, paramos de sentir satisfação. Nos sentimos plenamente satisfeitos quando conseguimos estar em dia com o que é “correto” e o que é “bom”. Para ser honesto comigo mesmo, preciso estar em ordem e equilibrado com as minhas obediências e transgressões. Esse equilíbrio é muito tênue. Pendendo para a obediência me sinto reprimido e insatisfeito. Pendendo para a transgressão me sinto culpado e desonesto. O equilíbrio começa a se formar quando transgrido a insatisfação. Alem de tênue, esse equilíbrio é renovado a todo instante. É a renovação do que é correto e do que é bom que torna essa relação de insatisfação x honestidade dinâmica. Os “contratos” de correto e bom precisam ser revistos a todo instante. Grande parte destes “contratos” geram duas percepções diferentes do mesmo compromisso. No momento em que há mais de uma pessoa no “contrato” é claro que há insatisfação de uma das partes, e assim há desonestidade. Tento lembrar a todo instante que, quando não me sinto satisfeito, estou sendo por definição desonesto. É necessário trair o “contrato” e redefinir o correto e o bom. Também por definição isso irá gerar um novo bom e um novo correto, um novo satisfeito e um novo desonesto. Para que seja redefinido mais uma vez...

Ás mulheres, os meus pêsames.

Meus pêsames pelo seu dia. A toda mulher gostaria de prestar minhas condolências por mais um dia em que lembramos o tamanho da ignorância da raça humana. Dia 08 de março não é um dia para se dar parabéns, pois os parabéns são para comemorações e neste dia a mulher não tem nada o que comemorar. Como para os índios, os negros e a arvore, que tem as suas próprias, esta é mais uma data para lembrarmos da ignorância, crueldade e falta de respeito do homem. Por que é isso que os explorados, segregados, maltratados e excluídos ganham quando o homem (ser humano) quer apaziguar um pouco a sua consciência: uma data. Um dia talvez poderemos comemorar o dia da natureza ou o dia da mulher como uma data festiva, de nascimento e renascimento. Um dia poderemos comemorar o dia da criança sem ter que se lembrar dos “Direitos da Criança da Unicef” e sem ter que agüentar o Didi no Criança Esperança, pois neste dia todo direito da criança não serão mais direito, será tão natural a sua pratica que não precisará de uma classificação. Talvez um dia não existirá o dia da mulher no calendário, pois todos os dias serão dia da mulher. Do índio ou do negro. Um dia não teremos que criar datas comemorativas para pedir desculpas por nossas ignorâncias. E até lá poderemos engrossar a massa nas floriculturas e bombonieres a cada dia 08 de março, fazendo assim com que este dia cumpra a sua função: permita outros 364 dias de ignorância e sexismo. Ou poderemos dar os pêsames a cada dia 08 de março, e fazer do resto do ano uma sucessão de parabéns as mulheres, índios, negros e árvores, por fazerem parte da maravilha da vida como são. Eu fico com a segunda opção. Às mulheres, neste dia 08, meus pêsames.

Barulinho Bom

Antes de torcerem o nariz, vou contar uma historia. Um belo dia estava assistindo a MTV e mais uma vez estava lá, a bandinha chalálá dos Los Hermanos falando da danada da Ana Julia. No meio do papo o vocalisma me manda a seguinte frase: " Ana Julia não era para estar nem no album. Mas o produtor insistiu e ainda queria transforma-la em musica de trabalho. Acabamos cedendo contrariados. Claro que hoje agradeço o sucesso que ela nos lançou, mas nosso som é outra coisa..." Opa, se um cara tem as manhas de falar assim do seu maior hit, merece um ponto. Ai vejo em outra entrevista o ícone Caetano Veloso dizer "que o futuro da boa MPB esta nas mãos do Los Hermanos". Bom ai ja era credencial demais para deixar de escutar os caras a serio. Resolvi escutar o album Ventura inteiro. Me apaixonei, fiquei fissurado nos arranjos e melodias. Musica boa, dificil de classificar entre MPB e rock. Coisa nova, original. Letras lindas. Nem vou colocar um clip para dar um gostinho. Só vale se escutar o album todo. "Clique aqui e baixe a discografia completa dos Los Hermanos.

Terra de ninguem

Ótimo, ela esta aqui. Eu tinha entendido que era ela que não viria mais pra cá. Acho que entendi errado. Será? Ou só será o meu sentimento de culpa, dizendo mais uma vez q estou errado? É, sinto culpa sim por ter terminado, por fazer ela sofrer, não sou nenhum sádico. Mas também não sou masoquista, culpa não segura relacionamento. Bom, culpado ou não, quero cumprir o acordo de não nos cruzarmos por um tempo. Quanto tempo? Quem tiver a resposta liga o cronômetro que eu estou ansioso pelo fim. Afinal, amigos em comum, lugares em comum, encontros são inevitáveis. O jeito é esperar, papear com quem esta neste andar do bar e esperar que no andar de baixo ela termine o assunto e vá. Ela sempre vai cedo. Melhor sair da janela, ali da varanda onde ela está, eu posso ser visto. “Marcão pula pra esta mesa, esta janela me da vertigem”. Melhor, quinze minutos de papo e nada aconteceu. “Pô Marcão, fica ai. Tá vai lá, Lena me faz companhia, ela está subindo”. Não acredito que ela me largou sozinho. Agora estou aqui, isolado num canto, e nenhum garçom passa por aqui. Pelo menos não gasto, nessa ansiedade vai um café atrás de um suco, atrás de um pão de queijo… Eu mereço. Me sinto na faixa de Gaza, terra de ninguém, se ficar o bicho pega, se correr o bicho come. Vou analisar a situação, o front: estou no segundo andar, pela janela a alguns metros vejo a varanda onde ela está. Ela está de frente para a escada que sobe para o segundo andar. No topo desta escada o banheiro e em baixo da escada o caixa. A janela é muito alta para pular. Alem de que preciso pagar para sair sem ser perseguido pelos seguranças e chamar a atenção. Diagnóstico: tô fudido. Ô papinho demorado. O lado positivo é que ela ainda não percebeu que estou aqui, meu propósito de evitar o encontro ainda se mantém. Ou talvez esteja fingindo que não me viu, afinal ela esta muito perto de onde a minha moto esta estacionada. Pilantra, deve estar se deliciando com o meu desespero…Ou talvez esteja tentando ser natural, engolir o nó na garganta e ser simpática com os amigos e não criar um “climão”. Quem sabe… Nas duas hipóteses continuo eu aqui, na torre de Rapunzel e com uma baita vontade de mijar! Vou pedir uma agua, bebo e mijo no copinho. Mas aqui a agua é de garrafa, vou errar o bico com certeza. Faço no de vidro e jogo pela janela, é isso! Estou sozinho aqui mesmo….Filhos da puta! Isso é hora de sair de casa? Não tem família? Não tem amigos? O que essa casalzinho esta fazendo aqui em cima? O plano do xixi foi por agua a baixo. Agua a baixo? Ai que vontade de mijar! Tática suicida, é o jeito. Jogo a mochila nas costas, caminho junto a parede, não olho para trás, sem atrair a atenção. Dou uma espiada na situação, entro no banheiro. Ô gloria! Saio, lavar as mãos sem se virar para o lado. Uma olhadela e vejo a mesa, ninguém olha para cima. Mas ao descer as escadas chamarei muita atenção. E agora? Também não da pra ficar aqui a noite toda. Mas também se descer sem olhar para ninguém vai pegar mal, um olá ao menos, são meus amigos afinal. Respira e desce, kamikaze, se ela te ver, amém! Fui. Primeiro degrau e esta tudo bem. Segundo e alguém de costas esboça se virar, ela ainda não olhou para cá, é agora…Aleluia o celular está tocando! Esta na mochila, enfio a cara dentro dela e a desculpa está dada. Obrigado Senhor! Agiliza minha filha, são duas águas e um café, quer que eu faça a conta? “Obrigado, estava tudo ótimo” Meu deus, que sorriso amarelo. Acho que minha mão esta tremendo, estou suando. A menina do caixa deve ter achado que eu estou passando mal…E agora pra sair? Bendita porta lateral, saída pela esquerda, dou a volta pelo estacionamento e pego a moto. Está estacionada atrás dela, as pessoas na frente dela irão me ver, não posso cruzar olhares e fazer com que ela se vire para ver quem é. Merda de capacete, é hora de enroscar na trava?! Ninguém me viu, ninguém me viu, eu sou invisível, nem estou aqui…Moto, partida, de primeira, yes! Nem me viu, já sumi na neblina. Ah cacete. Agora a culpa de não ter cumprimentado ninguém. Alguém percebeu? Ela não me viu mesmo? Eu passei tão perto que era possível sentir seu perfume. Uma coisa é certa, se alguém percebeu amanhã já esqueceu. As pessoas são ligadas demais nos seus umbigos para perceber as sutilezas do mundo ao redor. Quando começamos a namorar não queríamos que se espalhasse a notícia, assim como fofoca de bar. E por mais que nos descuidássemos, ninguém percebia. E se ela me viu, só posso torcer para que não fique magoada. Ou pelo menos, a cena patética de fuga que protagonizei traga para ela um pouco de alegria melancólica. Assim, tal qual quando vemos mímicos vestidos de Carlitos.

Tão facil e tão dificil

- Será que ele veio só me ver? – pensou, sem coragem de dizer em voz alta, ou de admitir – porque ele passou por aqui a esta hora, não precisava. - A saída do segundo andar estava trancada, tive que dar meia volta, estava enrolado com a papelada e já estou atrasado – ele disse ao entrar no carro do amigo. __ - Vamos almoçar só nós duas? – disse a amiga – vamos chama-lo, liga. - Ela me chamou pra almoçar? – pensou com um nó na garganta e um delicioso revoar de borboletas na barriga. __ - Olá! =D Esta on tão tarde? - Só te esperando...rsrsrs - Para, vc nunca fala sério. - Será? - rsrsrs - Amanhã irei te cumprimentar com um bj, na frente de td mundo. - Pq? - Pra te deixar encabulada...rsrsrs __ Parou, olhou, congelou. Não se cumprimentaram, mas a brisa fria que passou pela sala na troca de olhar vez a barriga esfriar. __ - Nossa, hoje não vi mais do que a papelada de sempre – ele pensou ao fim do dia. - Nesse fim de semana vou sair com o gatinho da praia, esta tão legal – ela disse, antes de desligar o telefone. __ - Porque tem sempre uma coisa no ar quando me encontro com ele? - Por que parece tão fácil e ao mesmo tempo tão difícil. – ele pensou ao assinar mais um documento. - Ele não sabe o que quer... - Difícil porque? É, trabalhamos juntos.... - Será que um dia saberá? - Fácil porque? Esse jogo esta é gostoso... # continho do fundo do baú ;)

Pra ir para o carnaval com alguma coisa que preste

Finalmente! Um ar de criatividade e bom gosto na musica. Faz tempo não vejo algo tão bacana e original. Mesmo porque a muito estão confundindo esquisitice com ser moderno e original. Este é o tipo de musica que chamo "da alma", completinha em seus instrumentos e melodia, complexa sem ser inteligível. Simples o suficiente para ser asoviada, mas se quiser colocar um bom fone e prestar atenção em cada instrumento será uma grande viagem. Com vocÊs: BEIRUT E o albun The Flying Club Cup completinho aqui: Beirut - Flying Valeu Marcella ;-)

Esquentando os tamborins!

Finalmente achei uma escola de samba com algo realmente original. Eu que pensei que mais um ano ia passar em branco, sem encontrar uma escola que me representasse na avenida, este ano teri porque colocar o meu bloco na rua. Percebam a harmonia, a evolução, a melodia. O trio de puxadores e impecável e a bateria é no mínimo nota 10! Querem comprovar? Peguem o samba de qualquer grande escola ai e tirem a voz, encontrarão uma bateria tão boa quanto a da Unidos. Peguem os puxadores da Unidos e coloquem outra letra na voz deles, Neguinho da Beija FLor se arrepia. Com vocês: a Unidos do Caralho a Quatro!

Recontratar para não trair

Todas as relações humanas são baseadas nas trocas de vantagens. Todo relacionamento, amoroso, amigável, cordial, de negócios, familiar, ou seja, qualquer relação entre dois seres humanos dura o quanto durar a relação de vantagens que um pode oferecer ao outro.

Você pode argumentar que uma mãe não mantém relações com os filhos em busca de algo em troca. Eu digo que sim. A mãe quer em troca o reconhecimento como tal, mesmo que o filho seja um calhorda, a relação de ganho permanece enquanto esta mãe “sofrida” aceitar este sofrimento. Pois, de alguma maneira este sofrimento completa uma carência da mãe.

Quando tal relação deixar se ser vantajosa, a mãe irá abrir mão. Acontece o mesmo com alguém caridoso e benevolente, que recebe em troca da sua boa ação um conforto espiritual e pessoal. Sempre há relação de ganho, mesmo que não pareça.

Num relacionamento amoroso principalmente, a relação perde/ganha é colocada a toda prova. Isso porque normalmente se inicia um relacionamento percebendo apenas as relações vantajosas. Tão vantajosas que mesmo o que se dá em troca entende-se como ganho. Ai mora o perigo.

Este “contrato” é firmado as escuras: “estamos ganhando os dois e assim somos felizes”. Mas este contrato tem validade e dura até alguém mudar alguma clausula. Isso normalmente se dá o nome de traição. Não a traição da carne, do adultério, mas a traição dos acordos previamente estabelecidos como vantajosos.

Não cabe aqui exemplificar as traições. Vale a máxima ”um passo e não se esta mais no mesmo lugar!”. É este passo que deixa alguém na relação pra trás e o contrato precisa ser revisto. Quando um na relação esboça transformações pessoais que acarretará em transformações na relação, o outro cobra os compromissos prévios assumidos, dando um passo para trás. O “traído” não reconhece que seus direitos de apego não tem o menor valor numa relação em que o compromisso explicito é o relacionamento.

Não adianta os “dez mandamentos da relação feliz” ou “os segredos dos casais mais felizes”, onze entre dez relações se baseiam no diálogo franco e honesto, ou seja, em negociar sempre. Se numa relação alguém se modifica, o pacto é esse: todos devem se colocar em movimento.

Para a alma de quem esta em mudança, é o apego que representa a traição. “Traí para não trair”, muitos traidores terão dito. Já o traído sente no corpo a dor da transgressão e na alma a dor de seu apego. Por definição, uma pessoa só pode se sentir traída se está as voltas com dificuldades de excesso de apego. Porque todo traído é, sem dúvida, alguém que peca pelo apego.

Livre adaptação de trecho de "A Alma Imoral" de Nilton Bonder, e mais umas tantas coisas da minha cabeça.

Manu Chao Animal Au Au

Ontem estive no show do Manu Chao. Devo admitir que contrariei meu principio de não ir em shows de quem não seja fãzaço e pagar por isso mais que 20 lascas.

Como imaginei, o espetáculo foi praticamente uma micareta (rsrs), as musicas emendavam umas nas outras e ao final de cada uma, para fazer a passagem, o ritimo acelerava e era uma “puladera” só. No começo isso pareceu um pouco perdido, a platéia não estava entendendo, não era isso que ela conhecia de Manu Chao. Mas com 30 min de show, alguns hits depois, platéia e artista entraram no mesmo ritimo.

30 min é muito para pegar o ritmo de um show, não? Para a maioria dos mortais é sim. Mas Manu show tocou por 2 horas ininterruptas!! Valeu cada centavo, e se ao invés de um kilo de alimento tivessem pedido uma cesta básica, teria levado de bom grado.

Drops da Alma

Entregar-se ao prazer de ser e ao de estar sendo, são dois desejos da consciência humana.

Enquanto isso a alma nos imortaliza com uma pequena ressalva: não é exatamente a nós que perpetua, mas nossa modificação.

Viva a Betty Boop

Recebi através de um spam algumas verdades sobre o universo masculino.

Digo masculino porque estas são verdades que todos os homens sabem, mas as mulheres não querem acreditar.

Vamos as verdades: VOCÊ SABIA?

- Que as manequins de loja, se fossem mulheres de verdade, seriam magras demais pra menstruar?

- Que existem no mundo 3 bilhões de mulheres que NÃO se parecem com Super Models? (Jura?)

- Que Marilyn Monroe vestia manequim 46? (e diga-se de passagem, era uma delícia...)

- Que se Barbie fosse uma mulher de verdade, ela andaria de 4 devido as proporções do seu corpo? (Quem nunca se ligou nisso?!?)

- Que a mulher pesa em torno de 60 a 65 kg e veste manequim entre 42 e 46? (Como em quase tudo na vida, o que valem são proporções, NÃO números absolutos)

- Que as modelos das revistas são retocadas por um software de computador chamado Photo Shop? (Me mande uma foto e eu faço vc virar a Gisele)

- Que um Estudo Psicológico feito em 1995 concluiu que 3 minutos passados folheando uma revista de moda causavam depressão, culpa e vergonha em 70% das mulheres? (Precisava de um estudo para descobrir isso?)

PS: Aqui vale umas dicas para receber apenas spams legais:

1 – não repasse nada para quem não te passe coisas legais. 2 – Só repasse o que realmente for muuito legal, no maximo uma vez ao mês. 3 – Envie cada email para pessoas em específico, não para toda a sua lista.

Assim rapidamente os chatos excluirão o seu email da lista de besteiras e vc só receberá email decentes.

Qualidades de um Resiliente

Mais uma vez pegue lapis e papel.

Abaixo seguem qualidades que favorecem o desenvolvimento da resiliência. Marque 3 ou 4 qualidades que você usa mais frequentemente.

Pergunte a si mesmo como e com que frequencia você usou ou usa essas qualidades.

( ) Relacionamentos – Sociabilidade de ser um bom amigo e de ter relacionamentos positivos.

( ) Tenho um bom senso de humor.

( ) Direção Interna – Baseio escolhas/decisões internamente (lugar interno de controle).

( ) Perceptividade – Compreensão ou “insight” sobre pessoas e situações.

( ) Independencia – Distanciamento “adaptativo” de pessoas e situações “não saudaveis”/autonomia

( ) Visão positiva do futuro – Otimismo, ter esperança de um futuro positivo.

( ) Flexibilidade – Consigo me adaptar á mudança; consigo flexibilizar conforme a necessidade e lidar positivamente com as situações.

( ) Amor ao aprendizado – Tenho capacidade e amo aprender.

( ) Auto-motivação – Tenhon iniciativa e motivação internas.

( ) Competencia – Sou “bom em alguma coisa” / tenho competencia pessoal.

( ) Auto-valorização – Sinto que tenho valor e tenho aouto-confiança.

( ) Espiritualidade – Tenho fé em algo maior

( ) Perseverança – Não desisto apesar das dificuldades

( ) Criatividade - Eu me expresso através de atividades criativasou artisticas.

Se você não conseguiu assinalar nem 3 opções e não se importa com isso, você não é resiliente, é conformado.

Pegue as caracteristicas que assinalou e pense como pode aplica-las melhor.

Das caracteristicas que não assinalou, escolha uma ou duas que gostaria de desenvolver e não procrastine.

O que é procrastinar? Isso é outro post...

fonte: Ruymara Teixeira, pedagoga e amiga

Nossas Fabulosas historias

Assisti ao excelente filme “A Fabulosa historia de Benjamim Button”. Não estou aqui pra fazer resenha de filme, vá, assista e veja pessoalmente que o filme é fodão. Tão fodão que me fez colocar a cachola pra trabalhar.

O tal do Benjamim nasce velho e vai rejuvenescendo ate morrer (meu sonho dourado, logo após voar) e nesta incrível jornada vai relatando num diário a sua vida. Sem perceber, ele vai entrando e fazendo parte da vida das pessoas. Veja bem, fazendo parte e não marcando. Ninguém percebe o seu problema, ele não é uma peça rara no meio do mar de pessoas naquelas vidas, é só mais um.

Mas, mesmo assim, o marinheiro mostra para ele a sua arte da tatuagem, a velha pianista o ensina a tocar e a sua namorada bailarina dança para ele.

Comecei a pensar que tive uma namorada bailarina que nunca dançou para mim e uma massagista que nunca me fez uma massagem.

Todos relacionamentos muito intensos. Mas agora talvez perceba que a intensidade criou uma barreira para a participação. E não vou negar que a culpa não seja bem minha.

Acho que começarei a deixar de marcar a vida das pessoas e participar delas.

E no meio disso tudo, me pego aqui, querendo apenas um texto de uma jornalista ou um sinal de fumaça…

Teste a sua Resiliência – PARTE I

Pegue lápis e papel e comece a marcar sim ou não.

Se a caneta falhar já vá treinando a resiliência…rsrsrs

A regra é simples, quanto mais sim mais resiliênte.

1 – Carinho e Apoio

__Eu tenho varias pessoas em minha vida que me dão amor incondicional, que me ouvem sem me julgar e sei que posso contar com elas.

__Eu participo de um grupo escolar, de trabalho, de fé ou qualquer outro grupo onde me sinto “cuidado” e valorizado.

__ Eu me trato com bondade e compaixão e invisto tempo para cuidar de mim mesmo (alimentação balanceada, horas de sono suficientes, exercícios físicos)

2 – Expectativas de Sucesso

__ Eu tenho varias pessoas em minha vida que deixam claro que acreditam em minha capacidade de ser bem-sucedido

__ Eu recebo a mensagem “Você pode ser bem-sucedido” no meu trabalho ou escola.

__Eu acredito em mim mesmo na maioria das vezes e geralmente me “dou” reforços positivos sobre minha habilidade de alcançar objetivos mesmo quando encontro dificuldades.

3 – Oportunidades de Participação Significativas

__ Minha Voz (opinião) e escolha (o que eu quero) são ouvidas e valorizadas nos meus relacionamentos pessoais mais íntimos mais próximos.

__Minhas opiniões e ideias são ouvidas e respeitadas no meu trabalho ou escola.

__ Eu me disponibilizo para ajudar os outros, uma instituição religiosa ou escola.

04 – Laços Positivos

__ Eu faço uma ou mais atividades ou hobbies depois do trabalho ou escola.

__ Eu participo de um ou mais grupos (clube, instituição religiosa, time, etc) fora da escola ou trabalho.

__ Eu me sinto “ligado ou próximo” á maioria das pessoas no meu trabalho ou escola.

05 – Limites Claros e Consistentes

__ A maioria dos meus relacionamentos com amigos e familiares tem limites claros e saudáveis (respeito mutuo, autonomia e equilíbrio entre dar e receber).

__ Eu entendo com clareza as expectativas e regras claras vigentes no meu trabalho e escola.

__ Eu estabeleço e mantenho limites saudáveis para mim mesmo ao me colocar perante os outros, não deixo que tirem proveito de mim e digo “não” quando necessário.

fonte: Ruymara Teixeira, pedagoga e amiga