Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.

Clarice Lispector

2 comentários:

Paula Figueiredo disse...

Olá! Comentei o seu comentário em meu novo post! Gostei da citação de Clarice. Não entender é a melhor das bênçãos se soubermos receonhecê-la. É preciso que o lado direito de nosso cérebro, o lado intuitivo, supere o intelecto, a razão, o lado esquerdo. Espero que goste! Abraço!

Paula Figueiredo disse...

Oi Rodrigo!
Amei o comentário! Fico feliz que esteja gostando e se identificando com o meu blog! Isso me motiva muito a continuar... passo a passo.

Vou ver se vejo a peça. Tenho certeza que vou amar.

Há edifícios do ego que precisam ser derrubados. A alma resplandescente brilha nos escombros.

Obrigada!