Saiu no Vida Boa, lindo texto do Jorge Forbes, "Mulheres insatisfeitas e alguns homens".
Ele lista características das mulheres e dos homens e dá como ponto de oposição clara entre os gêneros a instisfação da mulher e a repetição masculina. Concordo em gênero, número e grau.
O que me fode é que sou homem, gosto de mulher mais do que lasanha e, ao contrario do que ele diz ser característica apenas feminina, eu também me satisfaço nos detalhes, odeio encontrar pessoas com a mesma roupa que a minha (odeio uniforme e a escravidão do terno) e odeio elogios comparativos (hoje tiveram a coragem de falar que eu estava parecido com o Conrado, aquele da Angelica, lembra? NOT).
Bom, pelo menos isso explica porque eu gosto tanto de mulher, elas são muito mais parecidas comigo e muito mais legais que os homens. =]
Abaixo na integra.
"As mulheres são basicamente insatisfeitas, o que equivale a dizer que são basicamente desejantes. Pessoas satisfeitas não desejam, por que o fariam?
Fundamentalmente insatisfeitas, elas apontam uma satisfação possível no que ainda virá, no amanhã. Dizê-las sonhadoras vem daí, desse olhar esperançado para um mais além.
Mulheres se satisfazem na diferença, no detalhe. Homens, ao contrário, gostam da ordem unida, do grupo, da massa. Mulheres não querem encontrar um vestido igual ao seu, em uma reunião. Homens, por sua vez, adoram o uniforme. No trabalho: terno e gravata ou o macacão. E nas festas, uniforme de festa: o smoking preto e branco que, se for alugado, será melhor ainda.
Mulheres têm vários gozos na cama, homens tendem a um só, que esmaece em seguida. Pobre!
Mulheres gostam de elogios e homens também. Agora, se você ao elogiar uma mulher compará-la com uma outra, por mais fantástica que essa outra lhe pareça, o elogio vira insulto. Homens não, a comparação os enaltece. Homens gostam de ser Churchills, Pelés, Einsteins.
Mulheres, por não aderirem a padrões, têm sempre muito a escolher e, em decorrência, sofrem pela falta da garantia da escolha. Surge o desarvoramento, sentimento feminino por excelência.
A insatisfação feminina pode ser doença ou provocação. Doença, na histérica imobilizada em sua eterna e repetitiva queixa ao outro, para que lhe restitua aquilo que lhe faltou. Provocação, na sua exigência de uma satisfação além do limite comum, que não se contenta com os troféus que os homens lhe exibem para acalmá-la, pedindo ainda mais, mais além das evidências. Se não fossem essas mulheres, atenção, disse mulheres, não histéricas – não são sinônimos - ainda estaríamos na idade da pedra, com os homens sentados em roda ao redor da fogueira, como hoje fazem ao redor de uma mesa de chope, elogiando mutuamente seus belos tacapes.
Mulheres insatisfeitas, de desejos insatisfeitos, querem novidade, mudança; homens satisfeitos, de desejos impossíveis, querem o mesmo, a segurança da repetição. E assim ficam juntos até o dia em que finalmente se entenderem..."
Um comentário:
Oi Rodrigo!
Que show o seu post! Realmente somos insatisfeitas por natureza. Acho que culturalmente os homens tem buscado mais estabilidade, mas o ser humano eh desejo e sempre quer mais. A questao do gozo masculino e feminino eh realmente fundamental; parece-me que ha homens que se contentam com pouco, muito pouco, por medo de arriscar e fracassar. Sei que muitos que conheco poderiam ir alem e arriscar ser mais felizes, mas preferem o conforto do fracasso certo.(Serah medo da castracao?) E nos, por sermos castradas por natureza, talvez nao tenhamos nada a perder? rs Parece que eh isso ne? Mas podemos ir alem da psicanalise e entrar no campo da espiritualidade e ousar pensar que o desejo (assim como o medo) eh apenas uma distracao, que nos impede de vivermos plenamente o hoje.
Quando nos conscientizamos que so ha o hoje, descobrimos que a chave para tudo eh a observacao daquilo que pensamos, sentimos, queremos, tememos. Afinal, recebemos o que irradiamos e, estando mais conscientes do que emanamos hoje, conseguimos ficar mais serenos e libertar-nos dessa de deixar pra ser feliz amanha!
Bjos! E vamos confiar na vida! ;)
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