As vezes eu me dou o direito que ficar debaixo do edredon assassino. Raras e providencias situações. E o grande barato disso tudo não é fazer isso num final de semana ou em um dia de folga. Ficar em baixo das cobertas, dormindo até doer as costas, por fuga mesmo, cuidando do umbigo por dentro e dormindo na esperança de prolongar o mesmo sonho por horas a fio, só tem graça se for num dia que não se pode fazer isso.
A grande sacada para mim é a terapia do choque, ou afirmação as avessas, sei lá o nome que pode se dar a isso. A fuga pelo sono e das obrigações para mim é a atitude mais extremada a se tomar, e mais eficiente também. Funciona com um “rebut” da maquina, como se formatasse o HD.
Dentro, ou melhor debaixo, do precioso edredon (que no meu caso é uma colcha indiana de meia jarda de comprimento e pesando uma tonelada) o mundo gira em 48 rotações. É quando eu percebo o quanto de maravilhoso o mundo é para mim, e que aquilo tudo não passa de…não passa de…não passa de qualquer cacete de descompensação que se eu soubesse a resposta não estava aqui debaixo desse edredon quente dos infernos!
Fato, me faz um bem danado. Cuidar de mim mesmo, refletir. E o fato de fazer isso quando não posso me mostra mais ainda como sou privilegiado, e amanha retornarei as ligações preocupadas dos amigos e meu emprego estará me esperando. Pq hoje eu falo que estou doente e acreditam. E se falto no trabalho sentem a minha falta mas no fundo estão contentes por eu descansar um pouco. Levanto no fim do dia, tomo um banho que seca a caixa d´água, subo na Aide e vou ao cinema, com pipoca mega e refri. Pequenos luxos que lavam a minha alma.
Negando as dadivas da minha vida, desafiando-as, eu as reafirmo.
É uma tática suicida, é eu sei. Mas funciona que é uma beleza!
2 comentários:
adorei...
...de médico, escritor e louco, todo mundo tem um pouco! :o)
Muito bom! Me identifiquei totalmente! Também me dou direito a esses pequenos luxos, e ADORO!
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